O homem e
seus pés inchados e sujos.
Dia após dia, na mesma calçada.
Invisível para a maioria.
Mas a menina o enxergava,
todos os dias de suas vidas.
À noite, ela matutava:
será que tem lençol?
será que tem cobertor?
será que tem fome?
será que ainda está vivo?
E adormecia em sua ingenuidade.
Mais profunda que todos,
enxergava as relações mais subterrâneas.
Via mais do que o olhar daqueles que não queriam ver
e não verão.
* janeiro/2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário