terça-feira, 25 de janeiro de 2011

PACIÊNCIA

Não conseguiam mais relevar os pequenos acontecimentos.
A pasta de dentes que ele apertava, bem no meio do tubo,
era quase a proclamação de outra guerra mundial.
O bate-bate que ela promovia com as panelas,
aos guardá-las no armário,
soava como uma intimidação profunda.
E os dias seguiam assim.
Provocações involuntárias, reclamações silenciosas.
Mas ele, ao se deitar na cama olhava para ela em pose de "já peguei no sono".
Imediatamente pensava: - Ela continua linda! E adormecia.
Ela, notando a movimentação abria os olhos: - Sou mesmo invisível...
E deitados, em seus sonhos, se amavam como antigamente,
e como desejavam naquele momento.

Por que não falamos a verdade? , janeiro/2011

Nenhum comentário:

Postar um comentário