terça-feira, 30 de outubro de 2012

PERGUNTAS SEM RESPOSTA

Se a esperança é a última que morre,
por que eu já desacredito de todos que me falam palavras boas,
afirmando que meu futuro é brilhante e que não dependo de ti pra ser feliz?
Se tu não me queres por perto,
por que finges que sou importante e que se interessa pelos meus livros,
perdendo tempo de semear para simplesmente me desnortear?
Se a vida é mesmo assim, injusta,
por que ainda desejo um afago verdadeiro,
muito mais do que uma massagem no ego que só permeia a área do conceitual?
Se a matéria é muito menos importante do que o abstrato,
por que ainda tento te encontrar em qualquer esquina,
e necessito tocar-te como um colecionador a uma peça rara?
Se o poeta finge escrever a dor que sente, por que minhas palavras me dão um certo alívio,
de maneira que até as portas que eu considerava solidamente trancadas se abram num piscar de olhos?
Se o destino está feito de maneira ímpar, impossível de modificar,
por que realmente acredito estar à mercê de um sentimento,
não sei se a saudade, a falta da presença ou o próprio afeto,
que pode me tornar assim, esperta e sincera,
a ponto de questionar tudo isso na tentativa de viver a felicidade?
Eis algumas de minhas perguntas.
Todas sem respostas.

outubro/2012

Nenhum comentário:

Postar um comentário