Busco o amor, não somente uma pessoa. O amor estará em alguém; isso é fato.
Não tem que haver aproveitamento ou eficiência; isso é a própria escravidão.
Procuro a inutilidade do Amor.
Gosto da ociosidade do amor descoberto: do não falar no silêncio; da ausência de pedidos quando a luz se apaga; do entrelaçamento das mãos quando não há juras nem areia escorrendo por entre os dedos; de serenar mesmo quando ainda está garoando.
Me apetece estar ao teu lado com a tv ligada, sem som. Apenas aquela luz azul inundando a nossa noite, parecendo dia de sol.
Quero amar sem a necessidade de amar.
Aprecio a futilidade do amor.
Os melhores momentos serão os supérfluos. Me lembrarei de todos eles, com detalhes.
Carrego esse amor na cadeira de balanço, no embalo das gargalhadas de um cotidiano qualquer.
Suspiro o desnecessário como se fosse urgente.
Ambiciono passar o dedo no creme do sonho desse bem querer.
Quero um amor descalço.
Desejo um amor inútil.
O tempo arrastando e a gente criando raiz no outro.
novembro/2012
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