Então é esta grande falta que me invade por todos os lados,
lambe meu coração por dentro
e me coloca em posição de afetos.
É ela mesma a própria manifestação do bem querer.
A carência que sinto não é de você,
é de estar contigo, é diferente.
É um pote de sua presença no armário
que eu observo ininterruptamente,
sem, contudo, abrí-lo.
Com essa nequice,
recupero sua importância
e lembro de minha insuficiência.
Recordo que não consigo viver sem depender de você nem de ninguém.
Estou inapta.
Assim, sinto o sabor das pequenas ofertas
e não corro o risco de ser soberba
nem avarenta.
Arrisco um palpite:
demoro a realizar o simples
para garantir menos tempo sobrando
e não me lembrar de ti nesses recuos.
Gostar é duvidar,
criar poblemas e curtir cada um deles.
Me engasgo com essa saudade.
Estou tossindo até agora.
Acho que essa privação custa caro pra mim.
setembro/2012
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