Nanci vivia superficialmente.
Vivia em função do elogio do primeiro encontro.
Pensava, tinha razão de ser.
Se achava irresistível.
Mal sabia a nêga
que justamente este elogio
havia sido calculado para o abate.
E é assim que caminham as mulheres.
Considerando-se incríveis no massacre.
Achando tempo para fazer as unhas.
Não conseguem perceber
que não há poesia nessa dança
que nos espreme
garantindo ser doce a essência da fruta.
Da série "Arte em tudo", julho/2012
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