A imensidão nas miudezas. No silêncio da literatura escuto o que realmente importa.
sexta-feira, 3 de agosto de 2012
ASMA AMIGA
Costumo dizer que devo muito de quem sou à minha asma. Foi ela quem me ensinou a respirar compassado, a ter um pouco mais de calma. Entender que muitas vezes sou obrigada a depender do outro. Reconhecer que falho, que meu corpo não me obedece, que não mando no meu nariz nem nos meus pulmões. A não ser explosiva diante do que está em perigo, contrariando as teorias de Nietzsche. E, olha, pra sentir essa falta de ar extensa não é preciso um gemido grego antes de começar. Minha asma me invade, praticamente manda em mim. É como se fosse atravessada pelo esterno. Ela coloca-me em lugar de destaque, de simples mortal. No sono, leva-me a mergulhar e ser barrada por uma pedra gigante que impede que eu suba à superfície. Minha asma conversa com meus sonhos. Eles são amigos. Quando está presente, nega-me uma das mais naturais reações humanas, aprendida por qualquer recém nascido: inspirar, expirar, inspirar, expirar... Todo asmático odeia comercial de margarina porque felicidade não é aquilo, felicidade é respirar, é viver, é amar. Aaaaaaaah!!
Cadê minha bombinha??, agosto/2012
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