segunda-feira, 27 de agosto de 2012

MINICONTO DO MENTIROSO

Lavou o rosto e começou a mentir naquele dia.
Esta era a sua rotina: iludir, enganar, defraudar, fazer-se de sonso.
Já fazia parte da pele.
Sentia-se até mal quando passava o período sem a oportunidade de uma mentirinha, uma qualquer, uma quase sem consequência.
Bom mesmo era inventar uma história mirabolante, daquelas de encher os olhos alheios de surpresa.
Suas vítimas eram escolhidas a dedo.
Egoísta e cuidadoso, era inteligente, tinha lábia.
Primeiro, fazia sentirem-se especiais e únicas. Invencionice dele. Mal sabiam as coitadas das pessoas que nem número possuíam. Eram as próprias sem-memória, descartáveis, passadas para trás.
O prazer desse mentiroso era criar um sofrimento falso para ele e totalmente real para os outros.

agosto/2012

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