quarta-feira, 8 de agosto de 2012

LEMINSKI ME ACONSELHA SOBRE MEUS SONHOS

Olá Leminski! Precisava mesmo conversar com você. Hoje tive um sonho. Daqueles que nos flutuam durante o sono e nos arrastam para o penhasco quando acordamos. Estava em uma festa. E aquela pessoa, aquela que é do meu paladar, aparecia, vestida como lua na nuvem. Por um momento nos perdemos. Uma moça me pediu um cigarro - logo eu que não gosto de pitoneiras... Achei um inteirinho dentro de um copo, molhado de vinho. E não é que ela conseguiu acender? Sonhos são bons porque não há impossíveis. Do lado de fora do casarão, já era uma estação de trem. E ele estava lá, pousado na mureta. Camiseta preta, olhos acesos. Um sorriso de "estou aqui só pra te ver". Quando ia me aproximando, senti meu coração batendo forte, no sonho e deitada na cama, tenho certeza de que minha aorta estava a todo vapor. Eu vi aquele olhar e parecia que, naquele momento - eu sei - eu fui laçada. Eu  ri no sonho. Sorri de felicidade e desespero. Nunca havia encarado alguém tão de perto em uma nebulosa dessas da manhã. Quando fui abraçá-lo, o despertador me chamou. Por que, Paulo, por que a gente sempre acorda na parte mais interessante, na mais importante, me diz? 



Querida,
permita-se sonhar.

Minha mão dormiu
e sonhou que a tua
me acenava
de um navio.




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