Minha pele é melhor do que a sua,
acho que tenho mais poros que você.
Por isso, respiro soberanamente.
Tenho certeza de que o cheiro do café é mais insinuante perto de mim.
Possuo costas fortes.
E não me admira descobrir que minha concentração é mais clara, definida, mais obtusa, talvez até mais eficiente.
Sinto-me aliviada por gostar de ti e não suportar o teu amor sobre os meus ombros.
Creio, assim, seja mais fácil a caminhada.
Sigo leve, meu sentimento a tira-colo.
Sou mais interessante, quiçá sublime.
Não finjo e nem me engano.
Choro porque estou com raiva.
Choro com força por tudo que eu quero.
E sempre estou por dentro de ti porque meu olhar é demorado.
Sou assim, talvez, porque desconfio de quem me observa de qualquer maneira.
Não que você não me mereça. Não que eu não sirva pra ti.
Não é nada disso.
Apenas sou bem melhor que você, bem melhor...
agosto/2012
Poema no qual vejo uma linha dramática. Sou capaz de imaginá-lo num palco. Em verdade, imagino-o. Até saindo de tua boca. Como um verbo de superioridade feminina destroçando-nos o excesso masculino acostumados a ver mulheres ao rés, quase sem querer - como reza minha hipocrisia masculina.
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