quarta-feira, 8 de agosto de 2012

PASSARINHO NO FIO... DO CORAÇÃO

Ganhei um passarinho.
Mas não são peninhas quaisquer,
minha irmã me deu.
Acredito, não há nada que simbolize a confiança de maneira tão fugaz quanto isso.
Ela o alimentava. Saciava a sede. Acarinhava.
Não, o passarinho não era dela.
Sempre pertenceu à natureza, somos apenas seus mordomos.
Um dia, papai nos deu passarinhos.
Um para cada irmão.
O meu foi passear e nunca mais voltou.
Ao abrir a portinhola ele ainda acenou pra mim,
quase dizendo: Vou sentir saudades...
Chorei sua falta. Sorri sua liberdade.
Tanto tempo depois, a história se repete.
Uma legado leve, de canto mágico,
olhar assustado como deve ser o de uma boa supresa.
Meu passarinho não é meu, é da minha filha.
Ele é a herança da minha herança.
Acalento, zelo, defendo, protejo.
Porque hoje,
abrindo a gaiola e fazendo carinho nele,
eu descobri que antigamente
tudo cheirava à eternidade.

baseado na história de Joyce, Manu e seu passsarinho, agosto/2012

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